Há
oito dias minha rotina tem sido ficar em casa dividindo minhas horas com
livros, seriados, filmes e Internet. Ontem, quando estava precisando de novas
atividades, resolvi recorrer ao bom e velho “Coquetel” e me perdi entre “numerox”,
caça-palavras, “dominox” e as “diretas”.
Quando
comecei a escrever as letras e números, notei que esses dias sem utilizar a
escrita “a mão” fez com que a minha letra começasse a perder o rumo e não ter
mais o formato que eu já estava acostumada. Não me assustei e tive um
pensamento que tenho desde o ensino fundamental quando isso acontece: “Não tem
problema! Quando as aulas voltarem, pego o jeito de novo e volto a reconhecer
minha letra”!
Até
que a ficha caiu e eu tive outro pensamento e, esse sim, me assustou. Não
haverá volta às aulas! Depois de mais de 20 anos seguidos de estudos (sim! depois
de, com oito meses, começar a brincar com parafusos e quase colocar a mão no
ferro de solda, meus pais acharam por bem me colocar na escolinha), terminei a
faculdade e ainda não tenho em mente qual será minha pós-graduação.
Portanto,
depois de tantos anos, não terei um ‘primeiro de dia de aula’ em um futuro
próximo. E foi só ontem, quando minha caligrafia começou a pedir socorro que eu
me toquei disso! Depois de um último ano de faculdade intenso, em meio a estágio,
trabalhos, provas, comissão de formatura, desenvolvimento e apresentação do
TCC, finalmente teve fim um ciclo da minha vida que durou quatro anos!
Se
eu falar que ainda lembro cada segundo do meu primeiro dia de aula em 2009, eu
não estarei mentindo. Consigo me lembrar com tantos detalhes porque, para mim,
parece que foi ontem (por mais clichê que isso seja)! Consigo lembrar também
tantas aulas, textos, matérias, entrevistas, fotos, provas, reuniões de pauta,
jornais e revistas que fizeram parte desses quatro anos!
Mais
do que tudo isso, olho pra trás e vejo o quanto mudei desde 2009 até hoje. Como
li e ouvi da minha grande amiga, Beth Soares, entrei menina e sai mulher. De
todos os anos, 2012, sem dúvidas, foi o que me fez crescer, amadurecer, lidar
com meus medos e que me trouxe um presente maravilhoso: um livro-reportagem que
é como um filho! A nota 10 veio como resultado de um trabalho que valeu todo
esforço e risco.
Ao
longo desses quatro anos, eu absorvi muita informação, aprendi a escutar mais e
falar menos, tive a oportunidade de entrar em mundos que nunca tinha imaginado
visitar antes e, principalmente, tive a experiência maravilhosa de enfrentar
meus medos e vencê-los.
O
futuro ainda me assusta e muito! Escolhi jornalismo porque essa sempre pareceu
ser a melhor e única escolha. Entrei no primeiro dia de aula em 2009 sabendo
que a carreira não é fácil e que é do tipo que “se mata um leão por dia”.
Apesar de ainda não estar empregada, eu sei que minha hora vai chegar.
E
quando isso acontecer, apesar de assustada e, ao mesmo tempo, ansiosa para
entrar no mercado de trabalho, eu sei que farei cada dia valer a pena. E quando
o tal leão aparecer, estarei mais do que preparada para vencer mais essa luta!